Ofereceram-me alimentos
Cumprimentos carinhosos
Poderosos são os intentos
De agradar e guardar talentos
Dentro de seus pensamentos
Momentos de alegria e admiração
No coração controlam
escolhas e caminhos
Como rolhas guardando o vinho
Redigem trajetos e destinos
Colocaram-me um peso nas costas
Com apostas de que vai dar tudo certo
Perto estou de quebrar
Com elogios nem se apercebem
Que querem controlar
O que se bebe, veste ou come
Minha alma se consome de dor
Ainda penso que as escolhas
São fruto do que se carrega por dentro
O intento se transforma em atitude
Numa amplitude
Rasgando a honra do contentamento
Ah, que dor e quanta lágrima vertida
Calada fico a desejar que seja esquecida,
e ao mesmo tempo quero compartilhar
Misturar momentos e intentos
Quanta sutileza despercebida
Quanta sordidez enrustida
A autoridade leva ao domínio e subjuga
A vida do pássaro a gaiolar
Para que se admire o seu cantar
Quero sim, servir e ajudar
Mas, não me prenda com teus medos
Seus segredos estão expostos
Pois, achaste que não fosse contar o vento
que me trouxe o teu perfume
Revelou onde queres chegar
Não direi uma palavra
Pois, bastou a minha própria dor
O amor me foi oferecido
Pelo próprio Salvador
No calabouço quero servir até findar
Como findou José
A amargar se viu lembrado
Pelo legado de plantar com dor
Porque está dentro do peito
De perfeito e perfeitamente realizar
Libertar-me das lembranças
e feridas vividas
Lançarei o pão sobre as águas
mágoas não irei mais sofrer
Escolhi ser verdadeira
E da arte inspirada viver
poesias by Ester Z Nehring