artigo janeiro22

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Reciclando Jeans

Bolsas e Caixas 

    Porque destruir uma coisa pronta e construir uma nova, a partir desta, uma outra completamente diferente em função e aparência?

1 – A necessidade de reciclar = descartar + resignificar

2 – O reconhecimento de um bom material = valorizar a velha calça jeans

3 – Custo zero da matéria prima = geralmente são calças doadas ou que não servem mais

Porém, a execução não é tão simples.

Dificuldades:

  • Transformar uma coisa já definida em outra diferente em função e estética
  • Transformação suficientemente coerente e funcional
  • Apresentação equilibrada e com qualidade visual excelente
  • Maneira correta de execução
  • Seguir um molde padrão para facilitar a finalização esperada

Os olhos correm e se encantam em fotografias de bolsas elaboradas, com restos de couro, fivelas e apliques, caixas revestidas, almofadas muito bem costuradas. Estas porém, têm um importante agravante de que, o tecido, mesmo que grosso, precisa estar costurado e unido com outros pedaços, sem que haja desconforto para o seu uso.

Outra dificuldade, é uma máquina que aceite e execute uma costura de tecido grosso, sem que os pontos de costura fiquem irregulares ou desvalorizem o acabamento final, ou ainda não tenham uma costura firme. Muitas vezes, não é possível obter os resultados em máquinas caseiras, porém, somente nas industriais, ou mesmo, máquinas de costura de sapatos, pois suportam linhas grossas e mantém a união das partes costuradas com ajuste duradouro e bem executado.

Indispensável:

  • Moldes
  • Jeans para reciclar
  • Tecido para forro
  • Linha de costura
  • Máquina de costura
  • Tesoura
  • Cola

e…

  • Paciência 😊

O jeans é ícone de jovialidade, modernidade, rebeldia, liberdade. É um tecido que remete uma certa dose do tempo que parou com pensamentos de coisa boa. A sua cor geralmente é azul e favorece muito ao gosto e senso comuns. E, reutilizar peças usadas é uma maneira de valorizar todas estas ideias e talvez até, reverencia um ideal ou uma ânsia de resultados emocionais, tidos como positivamente libertadores. 

Faz parte também, do não desperdício, da valorização das coisas ao máximo em tempos de consciência ambiental…

Abaixo, selecionei apenas dois links com matérias sobre o jeans:

I – 

https://ciamandarine.com.br/blog-da-mandarine/2020/6/16/jeans-a-origem-do-uniforme-mais-popular-do-mundo  – fábrica uniformes em jeans, levando em conta a legendária rebeldia do tecido

Neste artigo, vemos a trajetória da calça jeans, elaborada para uniforme de mineiros, vindo a tornar-se peça de vestuário apenas após 80 (oitenta) anos após sua invenção.

Até mesmo as partes metálicas, primariamente utilizadas para suportarem mais do que as costuras comuns, fazem parte da beleza de um jeans.

II – 

https://www.campograndenews.com.br/colunistas/em-pauta/sempre-a-frente-dos-tempos-jeans-tem-historia-de-resistencia-e-rebeldia

Neste artigo, um pouco mais detalhado que o acima, lemos sobre a contribuição da luta feminina para que a sociedade tenha um olhar com maior reconhecimento e valor da mulher. 

Questionável ou não, o jeans havia se tornado um ícone de rebeldia e, seu uso chegou, inclusive, a ser proibido em determinados locais!

Fazendo uma analogia sobre a reutilização, somada à “rebeldia” ou à “vida louca”, juntamos tempos e épocas com histórias diferentes, porém com a certeza de amadurecimento, com alguns acertos ou erros sucessivos, porém não irrelevantes. 

Quantas vezes uma história só dá certo quando a reescrevemos? Posso lembrar aqui o assunto Perdão, por exemplo: em sua definição prática, seria o mesmo que escrever uma nova história, porém com os mesmos personagens? Uma folha nova, um recomeço diferente?

Ou quantas vezes precisamos reinventar nossas rotinas, nossas obrigações e a forma como as exercemos? O desânimo e a mesmice podem afogar qualquer semblante até abater-lhe o coração numa tristeza de estagnação ou retrocesso? 

O que é mais importante? Permanecer que não está dando certo, no passado ditado, “guardando o jeans velho”, ou retomar ideais e reposicionar os pensamentos em novas funções, tal como “reciclar o jeans”, experimentando pela resiliência e gratidão outras oportunidades que se abrem, a partir da vontade de querer, de ver as coisas de maneira diferente? 

Será que guardamos e encaixotamos coisas velhas somente para nós, lá num sótão ou porão, ou armário, tão inútil quanto o desuso?

Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou;

Tempo de matar, e tempo de curar; tempo de derrubar, e tempo de edificar;

Tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear, e tempo de dançar;

Tempo de espalhar pedras, e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar, e tempo de afastar-se de abraçar;

Tempo de buscar, e tempo de perder; tempo de guardar, e tempo de lançar fora;

Tempo de rasgar, e tempo de coser; tempo de estar calado, e tempo de falar;

Tempo de amar, e tempo de odiar; tempo de guerra, e tempo de paz.

Eclesiastes 3:2-8

O tempo é igual para todos, porém cada um o preenche conforme suas próprias escolhas. Se boas ou ruins, é o próprio tempo que trará a resposta. 

O tempo também define o quanto alguma coisa ou fato é relevante, o quanto algum ocorrido pode fazer diferença dentro das pessoas, tal qual vestimenta que fica ajustada. 

O desgaste dos acontecimentos fazem do tempo um aliado ou um inimigo. E, apegar-se à “vestimenta”, ao ocorrido, tende a segurar o cotidiano em memórias, e estas, estagnam e atrofiam.

A frase: “Nada como um dia após o outro”, usada em músicas, poesias e na boca do povo, define exatamente isto: que a vida é uma dinâmica e o que vale hoje pode não valer mais nada amanhã. 

Oportunidades podem não se repetir e, a chance de fazer bem feito, é o maior portfólio de quem faz o que faz para viver, e, precisa, como ferramenta mor.

Tudo passa, até a dor. Por isso, quando apresentamos uma “coisa velha” transformada e novamente colocada para uso e serventia, aprendemos sobre o nosso próprio prazo de validade. Nossas dores transformaram-se em cicatrizes e experiências para o amadurecimento e crescimento pessoal.

O mesmo capítulo da Bíblia que fala que a vida é como a erva que logo seca e vai-se o seu vigor, é o mesmo capítulo que fala que os que esperam no Senhor, renovam as suas forças. Leia-se Isaias 40.

Outrora aquela peça que vestiu e protegeu o trabalhador é agora revestimento, ou bolsa, ou caixa ou almofada. 

A vida é muito curta para se perder a oportunidade de conhecer as essências dos tempos e a validade das escolhas. Tudo acontece num piscar de olhos. E, creio que a renovação é a chave para a jovialidade, na “rebeldia”, ou determinação e fé, que dá identidade à vida que transcorre com suas oportunidades fugazes e mais velozes do que podemos imaginar! Quando nos damos conta, tudo passou, tudo mudou e estamos ainda por aqui, precisando nos reinventar a cada novo momento.

Para finalizar, gostaria de deixar uma pergunta: Quem já não se confrontou com a necessidade de mudança? 

Sei que é ou foi necessário inúmeras vezes. Todo mundo enfrenta encruzilhadas.

Em qual destas circunstâncias o resultado foi mais marcante e, mesmo que apresentando grandes dificuldades, houve um resultado revelador e profundo?

Este bom resultado teve alguma coisa a ver com a disposição para enfrentar a mudança e a determinação para sair vencedor? Também teve a ver com fé, oração e dependência de Deus?

Aceitar uma mudança, não significa exatamente transformação e crescimento. Isto é conformar-se.

Toda mudança enfrentada como um novo desafio, com fé e coragem, traz experiência e acrescenta valores que servem para toda a vida.

Reinvente-se, toda vez que a vida pedir isto, com fé no Senhor, que é Supremo e Onipotente, que pode abater e revigorar, que pode criar para logo murchar, que pode levantar e renovar.

um abraço carinhoso!